O Instituto Brasileiro de Museus
(Ibram) promove a 9ª Primavera dos Museus, até o próximo domingo (27), sob o
tema "Museus e Memórias Indígenas". Em Curitiba, o Cine Guarani, no
Portão Cultural, integra a programação exibindo dois programas, com 4 curtas
cada, e um longa sobre a temática. As sessões acontecem de terça-feira a
domingo (22 a 27), às 17h, com ingressos gratuitos.
O Ibram considera que a diversidade
sociocultural dos mais de 200 povos indígenas que vivem em nosso país
constitui-se como um dos maiores patrimônios existentes no território nacional
e os museus são espaços importantes para guarda e transmissão das histórias
destes povos. Serão realizados mais de 2.400 eventos em todo o país, em cerca
de 800 instituições diferentes, voltados para a causa indígena.
Programação:
Dias 22 e 23:
VÍDEO NAS ALDEIAS
Gênero: Documentário
- "Nguné Elü – o dia em que a lua
menstruou", de Marica Kuikuro e Takumã Kuikuro (2004, 27’)
Durante uma oficina de vídeo na aldeia
Kuikuro, no Alto Xingu, ocorre um eclipse. De repente, tudo muda. Os animais se
transformam. O sangue pinga do céu como chuva. O som das flautas sagradas
atravessa a escuridão. Não há mais tempo a perder. É preciso cantar e dançar. É
preciso acordar o mundo novamente. Os realizadores Kuikuro contam o que
aconteceu neste dia, o dia em que a lua menstruou.
- "De volta à terra boa", de
Mari Corrêa e Vincent Carelli (2008, 21’)
Homens e mulheres Panará narram a
trajetória de desterro e reencontro de seu povo com seu território original,
desde o primeiro contato com o homem branco, em 1973, passando pelo exílio no
Parque do xingu até a luta e reconquista da posse de suas terras.
- "Prîara Jô – depois do ovo, a
guerra", de Komoi Panará (2008, 15’)
As crianças Panará apresentam seu
universo em dia de brincadeira na aldeia. O tempo da guerra acabou, mas ainda
continua vivo no imaginário das crianças.
- "Huni Meka – os cantos do
cipó", de josias Maná Kaxinawá e Tadeu Siã Kaxinawá (2006, 25’)
Uma conversa sobre cipó (ayahuasca),
“miração” e cantos. A partir de uma pesquisa do professor isaías Sales ibã
sobre os cantos do povo Huni Kui, os índios resolvem reunir os mais velhor para
gravar um CD e publicar um livro.
Dias 24 e 25:
BRASIL INDÍGENA
Gênero: Documentário
- "Âgtux", de Tania Anaya
(2005, 22’)
A etnia Maxakali habita o Vale do
Mucuri, em Minas Gerais. DSonos de um notável refinamento plástico e sonoro, os
Maxakali vivem sob uma sombra de miséria amplamente divulgada pela mídia. O
filme busca o que falta nas notícias: a riqueza dos grafismos, da língua e da
vida cotidiana. Âgtux significa “contar histórias”.
- "Jornada Kamayurá", de
Heinz Forthmann (1966, 11’)
No Alto xingu, próximo à Lagoa de
Ipaivu, vivem os índios da tribo Kamayurá. Pela manhã, os homens vão à caça, as
meninas colhem frutos e os meninos pegam gafanhotos. À tarde, os homens
dedicam-se à cultura do algodão, observados pelos meninos. As mulheres reservam
a maior parte do tempo aos cuidados da família. Ao entardecer trocam impressões
sobre o dia. À noitinha tocam flauta, cantam e dançam. Um dia na vida cordial e
bem-humorada dos Kamayurá.
- "Bubula, o cara vermelha",
de Luiz eduardo jorge (1999, 29’)
A trajetória documental do cineasta e
fotógrafo Jesco von Puttkmer, em que ele revisita sua obra cinematográfica
construída no decorrer de quatro décadas com grupos indígenas da Amazônia
brasileira.
- "Mato eles?", de Sérgio
Bianchi (1983, 34’)
A Funai é um órgão de proteção indígena
ou uma indústria de extração da madeira? O último índio da tribo Xetá deve ser
tombado pelo patrimônio histórico? É melhor negócio comprar a terra indígena e
retirar a madeira, ou denunciar quem faz isso?
Dias 26 e 27:
SERRAS DA DESORDEM (2006, 136’, foto)
Descrição: Carapirú é um índio nômade
que, após escapar do massacre de seu grupo familiar em 1978, perambula sozinho
pelas serras do Brasil Central até ser capturado, dez anos depois, a 2 mil
quilômetros de distância do seu ponto de fuga/partida. Levado para Brasília
pelo sertanista Sydney Possuelo, torna-se manchete nacional e centro de
polemica criada por antropólogos e lingüistas quanto à sua origem e identidade.
Direção: Andréa Tonacci.
Elenco: Carapirú, Tiramukon, Myhatxiá,
Sydney Ferreira Possuelo.
Classificação: 10 anos
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