quinta-feira, 27 de junho de 2013

Carlos Navas lança CD com canções de Custódio Mesquita

O paulistano Carlos Navas, conhecido pela versatilidade com que transita por diversos segmentos musicais, lança em Curitiba seu nono CD, “Junte tudo o que é seu… Canções de Custódio Mesquita em Voz e Piano”, com espetáculo no Teatro do Paiol. As apresentações acontecem na sexta-feira e no sábado (28 e 29), às 21h, com a participação do pianista Davi Sartori. Dedicado a um dos mais importantes autores brasileiros, falecido em 1945, as obras selecionadas por Carlos Navas realizam um passeio delicado pela obra sensível e refinada desse mestre que influenciou vários compositores.
Integram o CD, parcerias de Custódio Mesquita com Sadi Cabral, Evaldo Rui, Mário Lago, Noel Rosa e Orestes Barbosa. O trabalho coloca ao alcance do público, clássicos como “Enquanto houver saudade”, “Nada além”, “Saia do meu caminho” (da qual foi extraído o subtítulo), “Noturno em tempo de samba” e “Velho realejo”. Mario Reis, célebre intérprete a quem Navas homenageou em belo álbum lançado em 2007, também é lembrado em “Prazer em conhecê-lo” (única parceria de Custódio e Noel Rosa) e “Doutor em samba”, imortalizadas em sua voz. O álbum é uma produção independente, distribuída pela Tratore, e vem merecendo elogios da crítica especializada.

O cantor – Com nove discos gravados, o paulistano Carlos Navas tem sucessos reconhecidos, como o infantil “Algumas Canções da Arca…”, em que faz releituras das canções que Vinícius de Moraes dedicou às crianças. Em seu repertório, constam autores contemporâneos expressivos, como Alzira Espíndola, Itamar Assumpção, José Miguel Wisnik, Marina Lima e Vitor Ramil.
Ao longo de 17 anos de carreira, Navas tem dividido o palco com artistas do porte de Alaíde Costa, Sandra de Sá, Clarisse Abujamra e Tetê Espíndola. Em 2007, lançou o CD “Quando o Samba Acabou”, dedicado a Mario Reis, e o infantil “Canções de Faz de Conta”, sobre a obra de Chico Buarque. “Tecido”, seu oitavo álbum chegou ao mercado pela Lua Music, em 2010. Recentemente, lançou o primeiro DVD, “Ensaio”, registrando sua participação no histórico programa homônimo, dirigido por Fernando Faro, na TV Cultura.

O homenageado – O compositor, instrumentista, regente e cantor Custódio Mesquita nasceu no Bairro de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, em 25 de abril de 1910 e faleceu em 13 de março de 1945. As primeiras noções musicais foram obtidas em casa, com os pais. Posteriormente, estudou piano com professores como Siazinha Cavalcanti e Luciano Gallet. Sua composição de estreia foi “O amor é um prejuízo” (com Moisés Friedman), samba-canção editado em 1930 que não obteve repercussão. Nessa época já tocava piano na Rádio Clube do Brasil, Rádio Mayrink Veiga e Rádio Philips.
Em 1932, Sílvio Caldas gravou o fox “Dormindo na rua”, tornando conhecido o talento de Custódio Mesquita, que foi parceiro de importantes nomes da música brasileira, além de ter sua produção musical gravada por cantores em evidência, como Carmen Miranda e sua irmã Aurora Miranda, Mário Reis, Carlos Galhardo e Orlando Silva.
Em 1935, estreou como ator de cinema no filme carnavalesco “Alô, alô, Brasil”, de Wallace Downey. Atuou ainda em mais dois filmes: “Bombonzinho”, de Mesquitinha (1938), e “Moleque Tião”, de José Carlos Burle (1943), para o qual também compôs músicas. A revista “O sambista da Cinelândia”, encenada no Teatro Fênix, marcou sua estreia como compositor para teatro. Musicou diversas peças (“Filhas de Eva” e “Gandaia”, entre outras), além de ter realizado uma temporada na Argentina, como pianista, obtendo grande sucesso com a marcha Se a lua contasse.
Continuou sua trajetória vitoriosa compondo em parceria com Evaldo Rui, o que deu origem a algumas de suas maiores obras, entre as quais o bolero-canção “Para que viver?”, o fox-trot “Rosa de maio” e a valsa “Gira, gira, gira”; os sambas “Promessa”, “Noturno em tempo de samba” e “Como os rios que correm para o mar”. Compôs ainda o samba “Algodão”, com David Nasser, e o fox-blue “Naná”, com o teatrólogo Geysa Boscoli.
Em 1945, no auge de seu prestígio como compositor, Custódio Mesquita foi eleito conselheiro da SBAT - Sociedade Brasileira de Autores, a qual estava filiado desde 1933. Não chegou, porém, a tomar posse do cargo: morreu de crise hepática. Sua última música, com letra de Freire Júnior, intitulava-se “Despedida”.

As apresentações de Carlos Navas têm ingressos a R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada). Para saber mais: www.carlosnavas.com.br

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