quarta-feira, 12 de junho de 2013

“O Filho Eterno”, baseado no livro de Cristóvão Tezza, na Caixa Cultural Curitiba

A Caixa Cultural Curitiba apresenta, de 14 a 16 e de 21 a 23 de junho (sexta-feira a domingo), a peça “O Filho Eterno”, uma adaptação do livro homônimo de Cristóvão Tezza. A história, que já comoveu a muitos na forma literária, traz à tona emoções inesperadas na versão teatral. O monólogo encenado por Charles Fricks mostra a luta diária de um homem que precisa lidar com um filho com síndrome de Down.
O pano de fundo é uma Curitiba do começo dos anos 1980, época em que o país ainda estava sob a ditadura militar. Um jovem, com menos de 30 anos, quer se tornar escritor, mas é atropelado pela gravidez da esposa e o nascimento de um filho “mongolóide”. Esse foi o ponto de partida que a Cia. Atores de Laura encontrou para trazer aos palcos a discussão sobre valores, educação, preconceito e superação. De uma inicial repulsa a um filho “defeituoso”, que acaba de nascer, até a aceitação plena e alegre da criança, humana e singular, a história é intensa e emocionalmente complexa.
A montagem do texto partiu da vontade de Charles Fricks encarar o desafio de entrar em cena sozinho. “Sempre estive em cena com vários atores. Fiquei curioso para descobrir qual o prazer de se estar (aparentemente) sozinho num palco”, explica o ator. Sobre a escolha do livro, Fricks afirma que foi um amigo que lhe deu a ideia de adaptar a obra para o teatro. “Achava que, para estar sozinho num palco, toda noite, teria que encontrar uma história que me movesse. Que me fizesse querer contar aquilo toda noite. “O Filho Eterno” fala sobre a nossa intolerância, nossa dificuldade em aceitar o diferente. E o faz de uma forma aberta, crua e delicada. Isso me comoveu”, destaca o ator, que conquistou os prêmios Shell e APTR pela sua atuação nessa peça.
O diretor Daniel Herz relembra a relação delicada entre o pai e filho: “Muito mais do que a relação de um pai, que tem de lidar com o filho que nasce inesperadamente com síndrome de Down, a história narra as dificuldades da paternidade, o saber lidar com o fato de que você não é mais o centro do mundo. A síndrome é só uma síntese dessas inúmeras dificuldades”, explica Herz.
A história arrebatou os principais prêmios literários de 2007 e 2008: Prêmio Jabuti de melhor romance; Prêmio APCA de melhor romance; Prêmio BRAVO! de Livro do Ano; Prêmio Portugal-Telecom; Prêmio São Paulo de Literatura; Prêmio Faz Diferença-O Globo; Prix Littéraire Charles Brisset, além de se tornar um best-seller e ser traduzida para mais de oito línguas.

As apresentações de “O Filho Eterno” acontecem sexta-feira e sábado, às 20h e domingo, às 19h. Os ingressos custam R$ 10,00 e R$ 5,00 (meia, conforme legislação e correntista Caixa). Informações: 2118-5111. Classificação indicativa: Livre para todos os públicos.

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