A companhia curitibana Vigor Mortis, conhecida por suas montagens que mesclam elementos do teatro de horror, da cultura pop e das mídias visuais, inicia nesta quinta-feira (6), no Teatro Universitário de Curitiba – TUC, a temporada de apresentações do seu novo espetáculo, Jukebox Vol. I. Dirigida por Paulo Biscaia Filho, a peça cria uma experiência singular de comunicação com o público.
O espetáculo desenvolve no teatro a mesma experiência musical produzida pela jukebox – uma caixa comum em bares e lanchonetes na América do Norte dos anos 50, que carrega dezenas de compactos em vinil com canções variadas. Quem quer ouvir uma canção específica deve inserir uma moeda e apertar o botão. A jukebox se encarrega de tocar a música. Todos os demais presentes no local ouvem a música escolhida por aquela pessoa.
“O que acontece aqui é a mesma coisa, mas com pequenas peças em vez de músicas”, afirma o diretor Paulo Biscaia Filho. O conceito deve intrigar o público. Seis pessoas serão sorteadas a cada apresentação para escolher as cenas que serão “tocadas” dentro de uma caixa de madeira idealizada por Biscaia e com visual concebido pela atriz e designer Guenia Lemos. A pessoa que escolher, verá a cena por uma janela que dá para dentro da caixa. Os demais espectadores verão a cena por uma projeção que mostra o que está acontecendo ali dentro. Ao final de cada música, um novo “escolhedor” se aproxima da caixa e faz a sua seleção.
“Cada apresentação está limitada a seis escolhas, mas existem oito possibilidades, não apenas a ordem será sempre nova a cada performance, mas o público sempre deixará de ver duas possibilidades. Se quiser, ele pode voltar outro dia e escolher aquelas que não foram exibidas em seu dia”, explica Biscaia. Além disso, a projeção das cenas vistas pela janela da jukebox também será transmitida via web e poderá ser vista ao vivo em link distribuído pelo twitter e pela página do facebook da Vigor Mortis.
A interpretação do ator Kenni Rogers é sobreposta por vídeos com as participações das atrizes Uyara Torrente, Guenia Lemos e Viviane Gazotto. A trilha sonora original é composta e interpretada por Demian Garcia a partir das músicas de Nick Cave, compositor e cantor australiano que viveu no Brasil entre 1990 e 1993. Suas letras transportam o ouvinte a submundos escuros, formando um casamento perfeito com o universo sangrento da Vigor Mortis. A produção do espetáculo é de Marco Novak.
Vigor Mortis - A companhia Vigor Mortis foi criada em 1997 por Paulo Biscaia Filho como um espaço para experimentar as possibilidades estéticas motivadas pelo Grand Guignol, o teatro de horror de Paris. As montagens da companhia incluem: Peep (1997); DCVXVI - Eis o filho da luz (1999); Moby Dick e Ahab na Terra do Sol (2004); Garotas Vampiras Nunca Bebem Vinho (2007); Hitchcock Blonde (2008); Nervo Craniano Zero (2009); Manson Superstar(2009).
As montagens de Morgue Story (2004) e Graphic (2006) receberam troféus Gralha Azul como Melhor Espetáculo, Texto e Direção. Os espetáculos da companhia já participaram de dezenas de festivais pelo Brasil, incluindo o Riocenacontemporanea e o Festival Recife de Teatro Nacional, entre outros. Em 2010 a Vigor Mortis se apresentou em San Francisco , Califórnia (EUA), em uma parceria com o grupo Thrillpeddlers.
A temporada do espetáculo Vigor Mortis Jukebox Vol. I vai até dia 23 de junho, de quinta-feira a domingo, às 20h30. Os ingressos custam R$ 20,00 e R$10,00 (meia-entrada). Mais informações em www.vigormortis.com.br e marconovack@me.com
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